sexta-feira, 10 de abril de 2009

Vestibulandos opinam sobre proposta do novo Enem

Estudantes apontaram prós e contras do novo modelo.
Eles falaram de estresse, concorrência e grau de dificuldade da prova.

Silvia Ribeiro Do G1, em São Paulo

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A reportagem do G1 foi nesta semana às ruas de São Paulo para ouvir como os vestibulandos receberam a proposta do Ministério da Educação (MEC) de substituir o vestibular das universidades federais pelo novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os estudantes divergiram sobre a mudança.

Beatriz Reis, de 18 anos, candidata ao curso de jornalismo, acha que o estresse será menor se as federais adotarem um vestibular unificado. “Vai facilitar porque poderei prestar várias federais. Diminui a pressão de ter de fazer várias provas.”

A vestibulanda de medicina Luisa Bertoli, de 18 anos, discorda. “Não acho legal. Se você for mal no Enem, não vai ter outras chances para recuperar isso”, diz ela, referindo-se à possível redução do número de provas caso as federais adotem o vestibular unificado.

A prova do Enem vai mudar, de acordo com o MEC. Serão 200 testes e uma redação. Entretanto, alguns estudantes acreditam que, dado o caráter interpretativo da prova, com menor exigência da memorização de conteúdos, poderão ter melhor desempenho. “Para quem saiu de escola estadual é bom. O Enem exige menos que o vestibular da USP”, avalia Guilherme Figueiredo, de 18 anos, que vai prestar publicidade.

Já a vestibulanda de medicina Fernanda Mendes, de 22 anos, interpretou de outra maneira. “Se o nível (do Enem) for mais baixo que o dos vestibulares das federais, a nota de corte vai ser exorbitante.” “Vamos ser cobaias de toda essa mudança”, acrescentou, bem humorada, a candidata ao curso de medicina Daniela Almeida, de 19 anos.

Concorrência

A outros estudantes agradou a possibilidade de, com a nota do Enem em mãos, escolher até cinco opções em cinco federais quantas vezes quiser até o encerramento do prazo estipulado. As mudanças poderão ser feitas com base nas notas de corte em cada curso, que deverão ser atualizadas diariamente. “Vai poder trocar a opção se houver muita concorrência”, aprova Beatriz Reis.

Os vestibulandos de direito Guilherme Bertoldi e Vitor Garcia Campos, ambos de 18 anos, avaliam que os alunos do Sul e Sudeste podem levar vantagem em relação aos de outras regiões. “Ficou mais fácil para estudantes de São Paulo, porque a gente está acostumado com maior cobrança”, diz Guilherme.

Por outro lado, a candidata ao curso de veterinária Bruna Queiroz, de 18 anos, acha que é possível o aumento da concorrência. “Vai vir um monte de gente de outras regiões”, acredita ela, que, apesar disso, apoia a proposta.

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